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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Esporte e Meio Ambiente


Esportes e Natureza

Esporte, aventura e meio ambiente. Esta é a combinação perfeita para os que procuram emoções extremas sem ter que apelar para as formas mais perigosas e artificiais que existem em todos os cantos. Neste caminho encontram-se os Esportes de Aventura, que nada mais são do que uma redescoberta de esportes, técnicas e atividades praticadas por um pequeno número de pessoas até então no Brasil.
Com o aumento da oferta de equipamentos devido à abertura to tal às importações, esportes como o montanhismo, o vôo-livre, e o mergulho, entre várias outras atividades, tiveram um crescimento surpreendente nos últimos dez anos. Alavancados pelo aumento na oferta dos roteiros turísticos ambientais, que ganharam força nos anos 80, muita gente começou a ter contato com atividades antes restritas a pequenos grupos. Os clubes tradicionais de montanhismo e caminhadas, existentes desde o início do século XX no Brasil, são bons exemplos disto.

O turismo de aventura é um setor que ainda carece de números, mas alguns sinais indicam que a atividade está crescendo.

Não somente esportes de aventura, mas como todo esporte podemos sim envolver e conscientizar todos iniciantes, atletas amadores e profissionais na preservação do local onde praticam o esporte, sendo praias, quadras, pistas de skate, campos, trilhas...recolher o lixo que está ao redor, encaminhar ao local correto, fazer esse pequeno ato de cidadania e conscientização.


Preservação

Mas e a questão ambiental em toda esta história? O fato é que esportes de aventura e ecologia andam de mãos dadas, pois o meio ambiente é o grande astro, palco e cenário dessas modalidades. Nessa onda de aventuras, a segurança e o impacto ambiental que essas atividades envolvem preocupam órgãos oficiais, ONGs e empresas, e há movimentos em busca do estabelecimento de regras e padrões de qualidade dos serviços. É preciso questionar o impacto que os esportes de aventura podem ter nos ambientes onde são praticados, ou mesmo analisar o tão famoso jargão das propagandas em favor do ecoturismo, “conhecer para preservar”.

No aspecto mais amplo da preservação ambiental, o caminhar, escalar, descer e subir em cordas, nadar e praticar canoagem em um rio, saltar de um avião em queda livre, decolar de asa ou parapente, e muitas outras atividades, oferecem um impacto insignificante perto do que realmente faz a qualidade de vida diminuir a cada dia, ou seja, os desmatamentos, o tráfico de animais silvestres, a poluição dos rios e mares, a diminuição dos mananciais de água doce além do pouco caso com o compromisso de tratamento de esgoto e efluentes industriais.

Turismo e desenvolvimento

Qualquer afluxo de pessoas para uma determinada região pode trazer benefícios financeiros para o seu desenvolvimento. No turismo de aventura não é diferente, mas é exatamente neste ponto que se deve ter um critério e uma organização rígida e organizada, para conter abusos, especulações e principalmente problemas ambientais e sociais que geralmente este afluxo causa. É possível perceber que em muitas regiões onde houve desenvolvimento turístico não houve desenvolvimento social ou econômico – ou seja, a pobreza continua a mesma.

O que ocorreu nos anos 80 e 90 foi o fato de que muitas áreas visitadas por turistas ocasionais e descobertas por grupos de esportistas de aventura, de estudos e exploração - como, por exemplo, grupos e pessoas filiadas a SBE (Sociedade Brasileira de Espeleologia) - foram de fundamental importância para a criação de Parques Nacionais, Estaduais e reservas naturais.


Outro fato importante neste mesmo caminho é o fortalecimento da idéia de preservação e cuidados com Parques e Reservas já constituídos e que, em muitos casos, passavam por uma fase de “esquecimento” há algumas décadas atrás. É importante perceber que este esquecimento é terreno fértil para o aumento das invasões, desmatamentos e caças. O grande número de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) criadas nos últimos anos também surgiu por conta da crescente procura por atividades recreativas e esportivas em ambientes naturais.

Boas idéias

Hoje em dia os administradores dos Parques e demais localidades onde o número de visitantes aumentou consideravelmente, procuram soluções para organizar este afluxo crescente. Não é fácil fazê-lo, pois de um lado há o indivíduo que viajou uma grande distância, gastou dinheiro e tempo e quer ter liberdade no seu destino; e, do outro, há o dever de oferecer um bom serviço, orientação e principalmente de preservar o patrimônio natural. Várias soluções para este impasse estão sendo testadas, que vão desde o mais fácil - a proibição da entrada no parque - indo à controversa obrigatoriedade de guia até a “solução mágica” da privatização.

De qualquer forma é preciso lembrar que, além da função de oferecer lazer, um parque deve zelar principalmente pela sua preservação, podendo de fato e direito fazer tudo para que isso ocorra. Existem boas idéias já implementadas no mundo inteiro que podem contentar os dois lados e pedem esforços e cooperação de todos envolvidos, sem ter que apelar para o corporativismo ou ideais restritivos.

Algumas experiências apontam que o melhor caminho é a criação de um sistema que envolva uma maior fiscalização através da contratação de Guardas Parques, de preferência moradores da região depois de treinados, e um estudo para definição das cotas diárias máximas de visitantes. Mapeamento de trilhas livres e definição criteriosa e fiscalizada de áreas para camping se fazem necessários também. Em épocas de estiagem e grande número de visitantes, o trabalho de conscientização é fundamental e indispensável.
O turismo, o esporte e o meio ambiente só têm a ganhar com a força em conjunto e os turistas e esportistas também. Conhecer para preservar vai depender totalmente de quem leva pra conhecer e se quem vai, quer preservar. Uma solução unicamente cultural e de fiscalização.

"Faça sua parte e perceba a diferença."

"Pessoas conscientes tem Paz no Coração"

Thiago Bastos Chalaupka

Secretário Geral da ASSERECO

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