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sábado, 4 de agosto de 2012

O VERDE DO BRASIL!!

O Brasil é aclamado como um dos países – para não dizer “o país” – mais verde do planeta. De fato, a maior parte da maior floresta tropical do mundo, a floresta Amazônica, está em território brasileiro (o que equivale a mais de 4 milhões km²).

O país também detém a maior planície de inundação contínua do mundo, o Pantanal, com 250 mil km² de extensão, com uma riqueza biológica única. E não é só: o Brasil possui a maior biodiversidade do planeta: de cada cinco espécies existentes, uma encontra-se no país. A diversidade de espécies animais e vegetais é tanta que ninguém sabe seu número exato – a estimativa é que se conheça apenas 10% da vida do país.

A água, tão importante para a manutenção de todo esse verde, também é farta no país, que detém a maior reserva de água doce não congelada do planeta, correspondendo a 12% do total mundial. O verde é tão marcante no país que até nossa bandeira é dominada por ele.

Mas toda essa exuberância verde brasileira está ameaçada. Se por um lado os números acima são impressionantes, por outro, o número de desmatamente, poluição e extinção de espécies animais e vegetais também impressionam. Somos ao mesmo tempo campeões do “verde”, e campeões em destruí-lo.

O Brasil é campeão de área absoluta desmatada e de velocidade de devastação, de acordo com estudo norte-americano intitulado de "Desmatamento em Florestas Tropicais 2000-2005”. O país foi responsável por 47,8% do desmatamento de florestas tropicais úmidas no período, com taxa anual de 26 mil km² - quatro vezes mais do que o segundo colocado, a Indonésia, com 12,8%.

Apesar dos dados serem de quatro anos atrás, é só acompanhar as manchetes de qualquer jornal para entender que esse cenário não mudou – pelo menos não para melhor. Uma de nossas maiores riquezas, a floresta Amazônica, sofre ano a ano com taxas alarmantes de desmatamento. Em toda a história do Brasil foram destruídos 17% da Floresta Amazônica.

Apenas em um período de nove meses - de agosto do ano passado a abril deste ano – 5.850 Km² foram desmatados, de acordo com dados do sistema DETER – Detecção do Desmatamento em Tempo Real, divulgados pelo INPE – Instituto de Pesquisas Espaciais. Ainda de acordo com o INPE, em 20 anos de monitoramento e fiscalização, o desmatamento na Amazônia jamais caiu abaixo de 11.000 km2 por ano.

Mas não é só a floresta Amazônica que sofre com o desmatamento. A Mata Atlântica e o Cerrado – outros dois importantíssimos biomas brasileiros, que possuem uma biodiversidade única, também estão seriamente ameaçados.

A Mata Atlântica, que originalmente percorria o litoral brasileiro de ponta a ponta, estendendo-se por 1,3 milhão de quilômetros quadrados, hoje possui apenas 7% de sua extensão original (aproximadamente 52.000 km2). O Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro, localizado na região central do país, originalmente possuía 2 milhões de km² de vegetação, e hoje está reduzido a apenas 20%. O desmatamento do Cerrado é alarmante, chegando a 3 milhões de hectares por ano, o equivalente a 2,6 campos de futebol por minuto.

O desmatamento desenfreado coloca o Brasil entre os maiores emissores do mundo de gás carbônico (maior causador do efeito estufa) e metano na atmosfera. Entre 60% a 75% das emissões brasileiras são provenientes dos desmatamentos da floresta tropical. Se os relatórios tradicionais de emissões de gás carbônico no mundo contabilizassem as emissões provenientes de desmatamento, o Brasil ficarem entre os cinco maiores emissores de carbono do mundo. Mesmo quando não é contabilizado, o país fica entre os 20 maiores emissores, ocupando a 18ª posição, segundo a Netherlands Environmental Assessment Agency.

Outro lado negativo do desmatamento é a extinção de espécies. Só o desmatamento da floresta Amazônica provocou a extinção 26 espécies de animais e plantas, segundo um relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). E os dados são de 2006. Imagine o número de espécies ameaçadas e extintas hoje, ainda mais se contabilizarmos o desmatamento do Cerrado e da Mata Atlântica! Segundo o Ministério do Meio Ambiente, esse número seria de 600 espécies ameaçadas só de animais.

A água, outro bem que se torna mais precioso (e raro) a cada dia também está ameaçada no Brasil. Apesar de possuir a maior reserva de água doce do planeta, o país sofre com a escassez em certas regiões e a falta de água potável em várias regiões é uma ameaça real. Os rios e lagos brasileiros vêm sendo comprometidos pela queda de qualidade da água disponível para captação e tratamento.

Na região amazônica e no Pantanal, por exemplo, rios como o Madeira, o Cuiabá e o Paraguai já apresentam contaminação pelo mercúrio, metal utilizado no garimpo clandestino, e pelo uso de agrotóxicos nos campos de lavoura. Nas grandes cidades, esse comprometimento da qualidade é causado por despejos de esgotos domésticos e industriais, além do uso dos rios como convenientes transportadores de lixo.

O verde no Brasil está seriamente ameaçado. É chover no molhado dizer que é necessário uma série de medidas para preservar nossa riqueza ambiental, além de educar e conscientizar toda a população e os governantes para tanto, mas essa afirmação se mantém real – e urgente. Caso contrário, corremos o sério risco de perder todo nosso verde – até o da nossa bandeira.
Autor: Chris Bueno

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