O clichê mais
politicamente correto hoje é Sustentabilidade. Repete-se em todas as mídias
diariamente essa palavrinha mágica que dá contornos de benevolência a qualquer
texto esdrúxulo. No Google são 14,7 milhões de resultados para
“Sustentabilidade”. No site da folha, as estatísticas não deixam mentir – 236
dias – são 167 ocorrências, uma a cada 1,4 dias. Definir sustentabilidade seria
incorrer na mesma redundância, tamanho a dedicação de “especialistas” que
surgem a todo momento para apresentar um novo conceito. Mais do que uma mudança
de sistema econômico, de modus operandi, sustentabilidade é uma mão na
consciência.
Por séculos,
matemáticos, antropólogos e posteriormente os denominados economistas lutaram
para entender e desenhar modelos que reproduzissem e facilitassem o
entendimento e articulação de políticas para conduzir as atividades humanas.
Falharam todos os que definiram que desenvolvimento era crescimento, e ainda
mais os que definiram como fonte do crescimento o aumento do consumo das
pessoas. As sociedades de consumo em massa são a maior prova que o
desenvolvimento pensado nessa linha é findo tão logo a escassez de recursos (e
de consumo) abocanhe qualidade de vida.
Então o que
nos cabe, como jovens e cidadãos de um mundo interconectado, que divide-se em
fronteiras “desrespeitadas” pela natureza? A nós, JOVENS, cabe disseminar no
dia-a-dia a mão na consciência. Filhos melhores para o mundo é o que devemos
ser. Agentes da mudança de uma cultura devastadora é o que podemos ser. Dada a
limitação de recursos, os crescentes problemas de poluição, a intervenção
ambiental desmedida – seja na cidade urbanizada ou na floresta – se torna cada
vez mais um vetor de caos econômico. Isso mesmo, pra ficar apenas no âmbito de
“o que pesa é o bolso” as atitudes tomadas corriqueiramente pela população sem
orientação causam prejuízos a si próprios. O trânsito, o rio poluído, as enchentes,
as explosões nos lixões…, tudo isso é reflexo da falta da mão na consciência, e
da consciência de que essa falta é contra o próprio bolso.
Atitudes
sustentáveis são, por exemplo, o uso de transportes coletivos e da bicicleta; a
separação e correta destinação do lixo; a escolha por produtos com embalagens
reutilizáveis; a economia de água e energia. Atitudes simples que fazem toda a
diferença. Mas o papel da juventude vai
mais além; incentivar a política pública a prover os recursos necessários para
essa mudança de hábito, como a construção de ciclovias, disseminação da coleta
seletiva, melhorias no transporte coletivo. E uma constatação é o fato de que
em geral os países que mais consomem e poluem são os que mais estão conectados
na internet. É poder do Jovem, principal usuário dessa ferramenta, encampar a
disseminação dessa mão na consciência. A juventude deve ter a voz ativa na
alteração do rumo atual, ou não haverão novas juventudes por vir.
Fonte Observador Político.
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